Algures num diário perdido - Tim
Apercebo-me agora da raiva que ganhei ao longo dos anos. Das vezes que disse está tudo bem, eu percebo. Quantas vezes fiz as vontades dos outros sem pensar nas consequências para a minha pessoa. Dos momentos que berraram salta, e eu saltei. Das coisas que dei, emprestei e que me roubaram. Ninguém sabe o que doí... ninguém pensa nos outros. São só actos inocentes dizem eles. Tornamo-nos impotentes, transmitimos a nossa inocência para quem nos a quer roubar. Neste mundo há os vencedores e os vencidos. Há quem sonhe, e há quem lute. Basta um passo em falso e a nossa incapacidade fica visível. Quem somos nós aos olhos dos outros? Seres humanos? Meros sonhadores. Se queres vai à luta, ninguém dá nada a ninguém.
Para que serve a felicidade, se um dia o que mais amamos acaba por desaparecer? Este mundo é assim, dizem eles, mas eles não sabem o quanto doí.
2 comentários:
Também sei conheço a impotência e o egoísmo dos outros. Não é fácil dizermos não, não é fácil sermos para nós quando o outro é perito na arte dos olhinhos de gato das botas... Mas estamos sempre a tempo de mudar a nossa posição no jogo :)
Como eu te compreendo
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